Publicado em 09/04/2012
Se você já
participou de algum dos meus cursos, vai lembrar-se de quando
falei do “preço do dinheiro”. A taxa de juros é o preço do
dinheiro, ou seja, quanto de remuneração a pessoa que empresta
dinheiro quer da pessoa que tomou emprestado, pela oportunidade
de utilizar um recurso que não lhe pertence naquele momento.
Deve lembrar-se também que dei uma
receita muito objetiva: quando precisar tomar dinheiro
emprestado, pegue o mínimo possível, procurando a TAXA DE JUROS
(C.E.T.) mais baixa possível e programe-se para devolver o
dinheiro o mais rápido possível. Deste modo, menos dinheiro sai
do seu bolso para pagamento de juros.
Então, estamos no momento, diante de
uma rara oportunidade: a redução drástica das taxas de Juros
praticadas por duas grandes instituições financeiras estatais.
Como você pode obter um benefício desta oportunidade? Migrando
sua dívida do financiamento mais caro para o mais barato (ou
seja, trocando o financiamento original, com taxa de juros mais
elevada por outro com taxas de juros menores).
Mas, ATENÇÃO: A idéia não é pegar mais dinheiro ou esticar o
financiamento para transformar a oportunidade em mais consumo e
sim, reduzir o volume de dinheiro que sairá do seu bolso para
pagamento de juros, poupando seus recursos financeiros, certo
???
Para exemplificar, suponhamos que
você tenha levantado um financiamento de R$ 20.000,00
para pagamento em 36 meses, com taxa de 5% ao mês
(supondo estes 5% o custo efetivo total, ou seja, já
incluídas todas as taxas e encargos inerentes ao financiamento).
Nesta situação, sua prestação é de R$ 1.208,69. Pela
operação, você pagará um total de R$ 43.512,84, ou seja,
devolverá os R$ 20.000,00 emprestados e pagará mais R$
23.512,84 de juros pela utilização do dinheiro da
financeira.
Vamos supor que você já pagou 6
parcelas desta operação. Então, seu saldo devedor atual é de R$
18.580,52. Continuar no plano original fará com que você pague
mais 30 parcelas de R$ 1.208,69, totalizando R$ 36.260,70 (R$
18.580,52 do saldo devedor atualizado, mais R$ 17.680,18 de
juros).
Se você transferir os R$ 18.580,52
para um novo financiamento com taxa total (C.E.T.) de, por
exemplo, 2,5% ao mês, poderá optar por uma das seguintes
alternativas:
Alternativa 1 (Melhor opção sob o
ponto de vista de volume de juros): Manter a prestação
atual, reduzindo o número de parcelas (encurtando o prazo).
Deste modo, você precisará de 19,64 meses para quitar a dívida.
Como não existe mês fracionado por padrão, vamos arredondar para
20 meses. Você agora irá pagar 20 parcelas de R$ 1.191,89,
totalizando 23.837,80 (R$ 18.580,52 do saldo devedor
transferido, mais R$ 5.257,28 de Juros). NOTE A REDUÇÃO DE MAIS
DE R$ 12.000,00 no volume de juros que você irá desembolsar.
Alternativa 2 (Opção para redução
da parcela, mantendo o número de prestações): Este caso é
interessante se você já está com problemas para pagar a parcela
atual. Então, você pode transferir o saldo devedor, mantendo o
número de 30 parcelas. Nesta situação, você irá pagar 30
parcelas de R$ 887,73, totalizando R$ 26.631,90 (R$ 18.580,52 do
saldo devedor transferido, mais R$ 8.051,38 de Juros). NOTE QUE
AINDA HÁ UMA REDUÇÃO DE MAIS DE R$ 9.500,00 no volume de juros
que você irá desembolsar.
Resumindo as três situações acima:
Alternativa |
Financiamento
Original |
Alternativa 1 |
Alternativa 2 |
Saldo Devedor Atualizado |
R$ 18.580,52 |
R$ 18.580,52 |
R$ 18.580,52 |
Parcelas Restantes |
30 |
20 |
30 |
Taxa de Juros (C.E.T.) |
5,0% a.m. |
2,5% a.m. |
2,5% a.m. |
Valor da Parcela |
R$ 1.208,69 |
R$ 1.191,89 |
R$ 887,73 |
Total a Pagar |
R$ 36.260,70 |
R$ 23.837,80 |
R$ 26.631,90 |
Amortização |
R$ 18.580,52 |
R$ 18.580,52 |
R$ 18.580,52 |
Juros |
R$
17.680,18 |
R$
5.257,28 |
R$
8.051,38 |
VOCÊ ECONOMIZA |
|
R$ 12.422,90 |
R$ 9.628,80 |
3 – Outras opções: Você pode mexer no
número de parcelas E no valor da parcela para chegar a um ponto
intermediário entre as duas situações mostradas acima,
lembrando-se sempre que quanto menor o número de parcelas, mais
rápido você se livra da dívida e paga menos juros por isso.
Inclusive, se estiver com capacidade financeira suficiente, você
pode até mesmo pagar uma parcela maior do que a que estava
pagando, visando reduzir ainda mais o prazo. Se você participou
de algum dos nossos cursos, possui a senha de acesso ao módulo
de cálculos. Faça suas simulações e compare com os valores
fornecidos pela Instituição que está se propondo a comprar sua
dívida.
O QUE NÃO FAZER: Muitas
pessoas (e foi o que aconteceu nos EUA), ao terem oportunidade
de conseguir dinheiro mais barato, mantiveram o número de
parcelas E o valor da parcela, levando para casa mais dinheiro,
que, é claro, transformou-se em mais consumo. Mais
consumo gera aumento de preços e essa situação pode ter um final
infeliz.
Recomendo que, se você possui
dívidas, pesquise bastante e tente aproveitar esta rara
oportunidade A SEU FAVOR, ou
seja, para quitar suas dívidas e não para gerar mais consumo.
Lembre-se sempre que, por menores que sejam as taxas, elas são
sempre mais caras que seu próprio dinheiro. A idéia é aproveitar
esta hora para sair mais rápido de dívidas e a partir daí,
planejar sempre (de forma coerente) seu consumo e a realização
de seus objetivos.
Conte comigo se precisar de ajuda.
Forte abraço
Paulo Miranda
|